segunda-feira, 5 de março de 2007

O poder do marketing político

Os últimos seis meses foram tomados pelo estudo do tema deste artigo. Marketing político foi o assunto que desbravei em minha monografia de conclusão do MBA Marketing com o título A idoneidade do candidato como forma de persuasão do voto e seu uso no marketing político. Para contribuir com a sociedade relato aqui uma pequena parcela do estudo.

Associada ao desenvolvimento da propaganda está a história do marketing político; no início, a propaganda política era uma característica dos regimes autoritários e totalitários, depois com a chegada da democracia as pessoas não eram mais obrigadas a gostar desse ou daquele candidato, podiam comparar e escolher tendo acesso a informações importantes para decidir em qual iriam votar. As técnicas massacrantes do totalitarismo foram sendo substituídas pela persuasão.

Nos últimos quinze anos, os custos das campanhas eleitorais no Brasil aumentaram em proporção extraordinária. Hoje, elas não só figuram entre as mais caras do mundo, como ultrapassam em muito os gastos com eleições na mais portentosa democracia e economia do planeta, a americana. As raízes desse fenômeno repousam principalmente na fragilidade dos partidos e nas características do sistema eleitoral, porém, é pertinente também alertar a respeito da ignorância do eleitor e o controle que sofre a informação. Com relação a fragilidade dos partidos, falta conteúdo programático. Quanto ao sistema eleitoral, ele joga em terceiro plano o debate de propostas. As falhas e distorções de ambos estimulam a exploração da imagem individual dos candidatos, jogando inclusive políticos de uma mesma agremiação uns contra os outros. A manipulação dos meios de comunicação atendendo interesses mostra uma não verdade à população, encobrindo as feridas graves dos governantes e suas administrações. Abre-se, então, o caminho para a hipervalorização da propaganda, orquestrada por marketeiros muitas vezes pagos a preço de ouro. Não raro, trata-se de uma propaganda peculiaríssima, a que se faz nas campanhas – baseada exatamente no oposto do que receitam os melhores manuais de publicidade.

É importante esclarecer que existe o marketing político e o marketing eleitoral, o primeiro é algo mais duradouro, é quando o político no poder se preocupa em administrar de acordo com as necessidades da população. Já o marketing eleitoral aparece na hora do “vamos ver”, quando todos os(as) candidatos(as) saem à procura de um mandato de última hora. O marketing político é algo mais permanente, é quando o político no poder se preocupa em sintonizar sua administração com os anseios dos cidadãos. Isso acontece através da realização de pesquisas regulares, boa assessoria de comunicação, correção em possíveis falhas, publicidade dirigida etc. Trata-se de um trabalho a longo prazo.

Em uma campanha, o marketeiro deve pensar rápido e agir rápido. As ações e reações dos adversários são instantâneas. Deve-se analisar todas as informações possíveis e decidir pela melhor estratégia, e que pode e espera-se ser a mais correta. É muito importante também alertar que não existe estratégia certa ou errada. O que existe são estratégias que dão certo e outras que dão errado. Todas estas ações possuem um único objetivo, criar maneiras de persuadir o eleitor e fazer com que ele decida o voto.

Embora o marketing político utilize as mesmas ferramentas da comunicação convencional para lançar um produto ou serviço de uma empresa, o político não pode ser visto como um produto, não podemos vendê-lo. Visto que um produto antes de ser lançado são realizadas pesquisas, planejamento, produção e é apresentado ao consumidor que ainda não o conhece, é um lançamento, novidade. Já o político não pode ser considerado um produto. É um ser humano como qualquer outro, já existe há um certo período de tempo e tem ações no passado que não podem ser escondidas em sua totalidade.

O processo de elaboração e implementação de uma estratégia de marketing político envolve três momentos. O primeiro momento é o do diagnóstico. O segundo momento é o da elaboração da estratégia propriamente dita. No terceiro momento são estabelecidos os meios que deverão ser utilizados na implementação da estratégia definida.

As campanhas tem sido cada vez mais midiáticas. O país tem vivido, de modo mais significativo, tais experimentos, porém, lamentavelmente tem-se vivenciado grande controle da informação nas campanhas eleitorais por meio de alguns veículos de comunicação. A publicidade, o troca-troca e a barganha entre governantes e a mídia de massa.

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